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Foto do escritorJackline Venceslau

eSports: Um fenômeno mundial que conquistou o coração das mulheres

Atualizado: 16 de nov. de 2018

Você já imaginou um estádio lotado de torcedores frenéticos aguardando para assistir uma partida eletrônica? Não? Pois saiba que isso tem acontecido em vários lugares do planeta, são os famosos torneios de eSports. Jogos eletrônicos como Counter Strike: GO, League of Legends, FIFA e DotA2 são destaques nestas competições.


O esporte eletrônico é difundido principalmente na Ásia. Na Coréia do Sul, já é reconhecido oficialmente como uma modalidade olímpica desde 2000. Os eSports têm conquistado legiões de fãs, que tornaram a modalidade lucrativa. Hoje existem diversos times, com milhares de atletas profissionais, que são patrocinados por grandes empresas do mercado dos games. As premiações podem chegar a mais de 20 milhões de dólares, como no caso do torneio mundial do game DotA2.


Grandes clubes nacionais e internacionais, como PSG e Santos FC, têm feito parcerias com organizações eletrônicas. Juntos contratam os gamers-atletas para a formação de times para competições do popular FIFA. No Brasil, existe o e- Brasileirão, organizado pela CBF, as equipes disputam títulos no PES. Além de lotar estádios, os torneios são transmitidos para milhões de pessoas na internet.


As minas nos games

Apesar de ser composto, em sua maioria, por homens, o eSport também é palco de grandes atletas mulheres, como Stephanie “Misshavey” Harvey. Mas elas ainda são minoria. No Brasil, somente na terceira edição do e-Brasileirão, em 2018, uma mulher chegou a seletiva presencial do campeonato. Monik Bisoni tem 23 anos e concorre a uma vaga para representar o Palmeiras.


Neste ano, também houve o primeiro Corujão feminino de Country Strike. O evento ocorreu na Max Arena, em São Paulo, foi idealizado pelo Mix Femme, um grupo que busca acolher mulheres no games, independente do nível de competição.


Renata “Reehplays” Leite Bagnato (20) é streamer e participou do evento. Ela nos contou um pouco da sua trajetória no mundo do eSports. O contato com os games vem desde criança, mas somente há três anos decidiu trilhar caminhos mais longos na modalidade. “É uma carreira complicada. Justamente por ser um mundo novo para as pessoas que estão acostumadas com empregos ‘normais’ (risos), mas o eSport vem crescendo e muito, felizmente”, afirmou.

Preconceito

Ela também comentou o cenário majoritariamente masculino e que ainda existe muito preconceito contra as mulheres: “O mundo dos games ainda é muito machista, muito mesmo. Eu já sofri e ainda sofro muito com o fato de ser mulher. Dentro dos jogos, nem tanto, porque eu só jogo com amigos, mas eu já vi muitas amigas e meninas que sofrem diariamente com isso. Agora em questão de caster, eu ainda sinto que não confiam no meu potencial e não me dão tanto espaço pra começar a melhorar”.


O surgimento de mulheres que fazem carreira nos eSports têm sido essencial para acolher e estimular muitas mulheres a adentrarem e permanecerem no mundo dos games. Como ressalta Thayna Bernardes (21). Ela é estudante de jornalismo e joga nas horas vagas: “Eu comecei a jogar video game com meus 12 anos, pela influência do meu primo. Nessa época, era muito difícil conhecer meninas que jogavam, o que desestimulava um pouco. Com a notoriedade das mulheres no cenário tanto competitivo, como casual, além das streamers, mostrando que mulher pode sim ser competente em vídeo game, o respeito vem crescendo em comunidades que sempre foram muito tóxicas.”


Negócio de família

Reehplays tem o prazer que poucos compartilham. Sua mãe, conhecida na internet como Tia Raquel, também é gamer. “Ela começou a jogar porque me via jogar, sempre apoiou eu seguir meu sonho. Ela achava legal, ficava sempre no meu chat e até que um dia resolveu jogar e me pediu ajuda”, contou.


As duas compartilham seguidores na internet e interagem com o público através das lives e redes sociais. “Acho muito legal essa troca de experiência, porque a gente acaba ficando cada vez mais unida. Devido ao "joguinho" que muitos pais têm preconceito”, completou.


Tia Raquel e Reehplays. (reprodução: Instagram)

*Texto narrativo produzido para a revista acadêmica esportiva No Pódio

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