Por Jackline Venceslau
(13 Reasons Why, 2017, EUA, Netflix, Brian Yorkey, Drama, 13 episódios)
Foto: genius.com
Produzida por Selena Gomez e adaptada do livro “Os Treze Porquês” (Jay Asher; Os Treze Porquês; Editora Ática; 256 págs; preço em média: R$51,00), 13 Reasons Why mostra a jornada de Clay Jensen (Dylan Minnette) reconstruindo os fatos que levaram Hannah Baker (Katherine Langford) a tirar sua própria vida na banheira de casa. Após receber uma caixa misteriosa contendo 13 fitas gravadas pela ex-colega de classe, Clay segue por várias partes da cidade e procura diversas pessoas que são citadas nas fitas. Enquanto essa parte da história corre cheia de surpresas, aparecem diversos “culpados” narrados pela garota, que não são mostrados como vilões, mas sim como adolescentes, humanos e cheios de problemas.
Paralelamente, também é mostrado o sofrimento dos pais de Hannah, enquanto vivem um enorme dilema buscando respostas que pudessem justificar tal atitude da filha. Eles passam a temporada inteira lutando judicialmente contra a escola em que a filha estudava, pois além de não tratarem os problemas internos entre seus alunos, após a morte da adolescente as medidas tomadas foram apenas colar cartazes pelos corredores sobre a valorização da vida.
A série é narrada pelos dois protagonistas e mostra temas comuns nas rotinas adolescentes, porém, pouco abordados na ficção, como: suicídio, estupro, assédio, bullying e depressão. São tópicos que prendem a atenção do espectador, por se tratar de uma história com dramas tão realistas.
13 Reasons Why deveria ser vista por todos, não apenas como uma forma de entretenimento, mas como uma forma de conscientização. Com ela podemos aprender a observar mais quem está a nossa volta e os sinais que essas pessoas nos dão, seja um amigo, um irmão ou até mesmo um filho. Muitas vezes, problemas são vistos como “coisas pequenas” ou “insignificantes”, quando podem significar coisas grandes para quem os vive.
Em alguns países, a série foi proibida para menores de idade, escolas proibiram os comentários sobre a produção dentro de suas dependências e algumas organizações criticaram a produção. Todas essas críticas e restrições são consequências de uma cena da série: mostra-se explicitamente a jovem Baker tirando a própria vida. No Brasil, o ministério público do estado da Paraíba recomendou um “boicote” a série. Enquanto o Centro de Valorização à Vida (CVV) informou que o atendimento anônimo através do número 141 e de outros canais aumentou.
*Resenha produzida para a disciplina de Laboratório de Redação Aplicada
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